domingo, 23 de março de 2008

Outros manifestos virão

Desde cedo escrevo, influenciado por buzinas, músicas, choro de bebês, gritos, tiros, ruídos internos, teclas da máquina, computador,
Qualquer tipo de barulho me agrada, mas nem todo tipo de escrita me prende. Sou muito mais amigo dos sons que das letras, já que letras e palavras me ferem, seja quando quero lapidá-las, seja quando as enxergo ou ouço. Um dia minha visão se extinguirá, mas ainda terei o tato e a audição, isso caso algo não perfure de vez minha mente já bastante perfurada.
Sou contra qualquer tipo de acomodação e o próprio fato de se criar uma antologia, uma coletânea de melhores obras de cada autor, me soa como uma forma de acomodação. Sejamos sim radicais, contestadores, suicidas até, mas jamais acomodados! O ar, o tempo, catástrofes, nada terá piedade de devastar sua obra, mas se esta for eternizada de alguma maneira, sua pena não terá se movimentado em vão. Nada pior que um cadáver que desaparece sem registro na história.
Mas mesmo a história mente, a filosofia mente, a poesia mente, tudo mente, a cada instante escutamos e lemos milhares de mentiras, mesmo esse texto soa como mentira, como uma farsa, como uma grande bobagem bêbada e redundante.

3 comentários:

Hugo Espíndola disse...

Bastante afiado seu texto...gostei dos sons...que se mintam as verdades...Abraço meu caro!

Pietrix disse...

Obrigado pela força!!

Mar la disse...

Que venham outros manifestos, então!
Beijos, Pietro tão querido.