quarta-feira, 9 de abril de 2008

O Demônio bipolar



Até que ponto uma pessoa pode ser anulada por outra? Ou, refazendo a pergunta, até que ponto a mente de uma pessoa pode ser anulada? Foi essa pergunta que eu me fiz após assistir boquiaberto na ultima Segunda o filme "The Devil and Daniel Johnston". Confesso que até esse dia eu não fazia a menor ideia de quem era, até eu descobrir o filme no site www.makingoff.org e assistir. Virei amigo de infância dele, baixei uns 6 ou 7 arquivos com sua "Cassetografia" (já que a maioria das suas músicas foram gravadas em fitas cassetes caseiras) e, desde então, não falo de outra coisa com os amigos. Talvez a identificação venha do fato de que eu também tenho diversas obsessões herdadas da infância, desde querer registrar tudo (antes em fitas, agora em mp4, posteriormente convertidos em cds), desenhar, inventar coisas, até eventualmente me trancar no meu mundo de devaneios e praticamente esquecer as coisas ao redor.Só que eu nunca fui genial. Daniel Johnston foi e é um dos maiores gênios que já vi, seja na música, completamente Lo-Fi, mal gravada (e por isso mesmo tão interessante), seja na arte, com seus desenhos aparentemente simples, mas repletos e demônios interiores. Aliás, o demônio é um tema recorrente na vida e na arte dele. Criado em uma familia extremamente religiosa, desde cedo foi acusado de fazer a vontade do dito cujo , de provocar a mãe e quem estivesse perto com suas filmagens em super 8, suas gravações de brigas, diálogos e o que mais pudesse registrar, talvez já preparando a sua visão do mundo, criando o seu próprio filme interior. Essas acusações, transformaram Daniel em uma pessoa insegura, enclausurada em suas loucuras, até vir a descoberta da bipolaridade, doença esta que ele transformou como poucos, na única coisa que sabia fazer bem: Arte. Pra quem quer conhecer mais, sugiro dar uma olhada no you tube, caçar no google, enfim, procure e entenda por que tanta gente como Kurt Cobain, Henry Rollins, Matt Groenning,entre outros o consideram o "maior autor de canções vivo"