sábado, 19 de fevereiro de 2011

Resenha Autoramas "14 Laps"

Segue a resenha do disco "14 Laps" do Autoramas que fiz para o site do Clube do Vinil:

Resenha: “14 Laps”, do Autoramas (por Pietro Luigi)

Quando a largada foi dada em 1997, o cenário do Rock Brasileiro já não contava com Chico Science, Second Come, Low dream, Killing Chainsaw e mesmo o Pin Ups, uma das bandas mais importantes do cenário, perdera há pouco o baixista e vocalista Luis Gustavo, agora mais dedicado às suas Hqs. Era um momento histórico, pelo número de bandas independentes que surgiam e ao mesmo tempo preocupante pois nada indicava que estas sobreviveriam muito tempo nesta obscura carreira “alternativa” (rótulo que já os atirava ao escanteio). Ultrapassando todos sem precisar correr na contramão, surgiu o Autoramas, um mega trio que contava na sua formação inicial com Gabriel Thomas (Guitarra e Vocais, ex-Little Quail And The Mad Birds), Nervoso (Bateria, ex-inúmeras bandas, entre elas Beach Lizzards e Acabou La Tequila) e Simone do Vale (Baixista e Vocalista, ex-Dash, entre outras).

O grupo surgiu tão maduro, tão afiado, que em pouco tempo já conquistava um público fiel e sedento por shows, que se tornavam cada vez mais constantes e mais profissionais. Em 1998, sai Nervoso, entra Bacalhau (baterista, ex- Acabou La Tequila e ex-Planet Hemp), as turbinas esquentam ainda mais e agora ninguém os alcança: Já são considerados uma das bandas mais importantes do Rock Brasileiro, sendo reconhecidos até no cenário Internacional, onde fazem sucessivas turnês.

Esta Coletânea, 14 Laps, lançada agora, treze anos depois, já com Flavia Couri (Baixista e Vocalista, cuja banda Doidivinas é uma das mais empolgantes que surgiu em décadas de Rock ) substituindo Selma Vieira (que também substituíra Simone), mostra o porquê de tanto sucesso. Poucas vezes a combinação guitarra, baixo e bateria se fez tão coesa, única, como uma orquestra de melodias, ruídos e efeitos insanos. Do início com Catchy Chorus até o divertidíssimo Samba Rock do Bacalhau (com direito a uma citação genial de Meu nome é Gal e de Todos estão surdos), todos as faixas mostram uma banda coesa, que nunca perdeu o pique inicial, deixando na poeira muitas bandas estrangeiras tidas como inovadoras. Tudo é hipnótico, alucinado, irônico e mordaz.

O resgate da música 1,2,3,4 é uma das grandes novidades do álbum que conta também com pérolas como Megalomania, Hotel Cervantes e a grande responsável pelo boom inicial, Fale mal de mim. É a história do rock contada em 14 músicas escolhidas a dedo em um repertório onde não existem sobras.

Uma observação mais detalhada nas músicas que ficaram de fora da coletânea indicam um problema: O autoramas não é uma banda para apenas uma coletânea e mesmo um Box com todas as suas músicas deixaria os fãs e admiradores com um vazio, com uma vontade de pedir sempre mais numa espécie de ninfomania musical. Quem já assistiu um show deles compreende bem essa sensação.

Definitivamente, os Autoramas não nasceram pra chegar em segundo no podium.

Para conhecer o Clube do Vinil e, consequentemente o Sebo Baratos da Ribeiro (o mais bacana do Rio!!!), basta clicar no Link:

http://baratosdaribeiro.com.br/clubedovinil/2010/12/17/resenha-14-laps-do-autoramas-por-pietro-luigi/




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